22 julho, 2013

Hi Toronto, I’m ready for you!

Eu sei, tenho andado muito preguiçosa e à conta disso zero updates no blog. Bem, tardo mas não falho.
A mudança:
Isto de mudar de país tem muito que se lhe diga como podem imaginar. Tem sido uma lufa-lufa e para as coisas acontecerem é requerida uma enorme dose de paciência.
É como começar de novo: nova segurança social, nova conta bancária, nova casa...e tudo isto está dependente ou se quisermos interligado. Só podia pedir o SIN (segurança social) depois de ter o visto. Só podia abrir conta depois de ter o SIN. Só podia pedir o processamento de ordenado depois de ter a conta no banco. E só posso alugar casa depois de todos eles estarem cumpridos. Ora isto tudo, leva tempo e consome energia.
Bem ,mas já começo a ver a luz no final lá da estradinha eheh. Já consegui uma casinha bem pequenina, uma vivenda em downtown, mesmo pertinho de tudo com garagem e tudo. Agora vem a parte gira e cansativa que é decorar e comprar tudo de novo.
Depois disto só fica a faltar o carro. Por mim ía por um Fiat 500 assim vermelho, bem girly ou por um mini cooper, mas vai depender do preço, até porque o carro vai fazer mais ou menos falta. A prioridade é comprar uma bicicleta para andar pela cidade, pois ao contrário de Lisboa, é uma cidade completamente plana e com passeio para ciclistas de uma ponta à outra. Tenho amigos que usam a bicicleta como único meio de transporte durante 365 dias. Vou fazer o teste, depois contarei a minha aventura.
 
A adaptação:
Bem, nesta parte ainda não consigo ter uma opinião formada. Todas as pessoas que conheço são portugueses na mesma situação que a minha e na mesma faixa etária. O único canadiano com quem convivo é o meu agente imobiliário, que deita por terra a cena do “Don’t touch, don’t kiss, don’t hug” pois cada vez que me vê faz as três sem demoras (se estão a pensar coisas parem já, porque ele é gay e casadíssimo).
Os clientes até ver são muito parecidos com os da Europa central e norte, por isso ainda não estranhei assim tanto.
Penso que quando mudar mesmo para o centro da cidade vou começar a viver mais a cidade em si e aí terei uma ideia mais assertiva sobre o tema. No entanto, e como tenho olhos, confirmo que os canadianos citadinos são muito giros, vestem bem e são bem apelativos J
O clima:
Até ver nada a ter medo. Está um calor infernal. E quando digo infernal não estou a exagerar. Chegamos a estar a 38 graus, e como eles usam muito aqui “feels like” 43 graus! A humidade é imensa e estamos constantemente a transpirar. Sem contar que o sol queima imenso, não sei explicar, mas é diferente do nosso, queima mais e não se consegue estar muito tempo ao sol.
Quando chegar a Dezembro e vier aquele Inverno pesado vou com certeza lembrar-me mais ainda de Lisboa, da minha Lisboa.
O trabalho:
O trabalho em si é ela por ela. O escritório é que não é lá grande coisa, o que é uma pena. Depois das poucas vezes que vou lá acabo sempre a almoçar sozinha, não conheço quase ninguém e é um bocadinho triste. Tenho que lembrar muitas vezes porque estou ali...
O turismo:
Bem, estar deste lado do continente abre-nos um leque imenso de viagens que antes eram caras e agora se tornam mais comportáveis. Para ajudar, aqui há bastantes feriados à segunda-feira o que nos permite dar uma fugidinhas por aí.
No próximo fim-de-semana prolongado vou até Nova Iorque ter com uns amigos. No próximo estou a pensar em Las Vegas ou Miami. Havai está equacionado para Setembro. E em Novembro penso que vou até Cuba gozar as férias de verão que não vou ter. Tudo isto dá ânimo para suportar o facto de não ter praia e não poder bronzear J
De resto tem sido como é sempre a minha vida, uma aventura. Acontecem-me sempre coisas...do género ser convidada para um encontro em pleno supermercado. Ser abordada no centro comercial e convidada para ir beber um café lol.
Esta semana estou numa cidade chamada Ottawa, na província de Ontário, depois vou para o Québec. Estou contente pelos novos sítios que vou conhecer, vai ser uma grande experiência certamente.
Sobre Portugal (só de pronunciar dá um nó na garganta)...o melhor exemplo foi que a senhora do Rent a Car, que é apaixonada por Lisboa, me perguntou “Do you miss Lisboa? E eu respondi “Every single day”.
Mesmo os canadianos perguntam-me imensas vezes, mas porquê o Canadá? Ou porque deixaste um país tão lindo para vires para aqui? E de cada vez tento explicar o melhor que consigo.
Eu não tenho qualquer arrependimento da decisão que tomei, muito pelo contrário.
Coisas que antes me atormentavam devido à proximidade, hoje começam a ser apenas um nébula bem longínqua de uma vida que efectivamente não era para ser a minha.
O facto curioso é que as pessoas solteiras que conheci passaram por uma experiência parecida com a minha e no final tomaram esta decisão de recomeçar num outro lugar. Fiquei a pensar nisso no outro dia, se é natural ou se é uma fuga?
Não sei responder, mas penso que no meu caso é apenas uma luz de esperança renovada que me permite olhar para o futuro e ver um sem fim de possibilidades.
Também nem eu sei se esta aventura dura 1, 2 ou muitos anos, mas sei que neste momento onde me sinto bem é aqui e por vezes isso é suficiente. Saber acima de tudo que estou a viver a vida que quero, onde quero e com quem quero.
Hi Toronto, I’m ready for you!

Um comentário:

  1. Lindo texto, já cá faltava uma crónica :) Esperamos mais lu T.

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